Doenças nas árvores urbanas.

13 Dez

Doenças nas árvores urbanas.

As árvores da cidade além de deixar nosso espaço mais bonito, tem grande responsabilidade no conforto térmico do ambiente.

Esse texto do IB – Instituto Biológico de São Paulo  fala da pragra que mais afeta a integridade dessas árvores dentro da cidade.

Boa leitura:

Poucos  estudos e informações sobre taxas de crescimento, resistência ou sensibilidade às doenças ou insetos-praga, fertilização, custos de manutenção e longevidade de árvores urbanas. O comprometimento estético é observado, assim como a desestruturação de raízes e troncos. Não mais havendo a sustentação adequada das plantas atacadas, o perigo do tombamento é iminente, sendo este alarmante em áreas próximas as habitações.

 Inúmeros casos são observados nas cidades, principalmente em épocas chuvosas, onde a quebra de estipes de palmeiras, galhos, troncos ou a queda de árvores inteiras podem levar a acidentes e a prejuízos de grande monta.

 As árvores infestadas por cupins subterrâneos são focos de dispersão a outras árvores sadias e construções adjacentes. A reinfestação de edificações tratadas pode ser oriunda de árvores infestadas, sendo que a ocorrência inversa edificação-árvore também é verdadeira.

A má condução das árvores em ambiente público, com estrangulamentos das bases de troncos devido ao calçamento muito próximo e inadequado, corte de raízes superficiais de sustentação ou mesmo neutralização, podas incorretas, árvores com “ocos” e troncos e raízes “cimentados”, facilitam  futuras infestações termíticas, mesmo em espécies botânicas possivelmente menos sensíveis ao ataque de insetos xilófagos (que se alimentam de madeira). O estresse leva a um estado de baixa resistência geral, comprometendo seriamente o vigor do vegetal acometido.



Ocorrência e diagnóstico de cupins subterrâneos na arborização urbana

Alguns gêneros de cupins subterrâneos são conhecidos como pragas tanto na arborização urbana, quanto em edificações. Determinadas espécies de cupins possuem especial destaque, levando a sérios comprometimentos na estrutura arbórea e a elevados danos estéticos e limitantes. A espécie exótica de cupim subterrâneo Coptotermes gestroi é considerada uma das principais causadoras de lesões, danificando seriamente raízes e troncos, levando muitas vezes ao tombamento precoce de árvores ou facilitando a entrada de agentes decompositores (fungos, etc.), acelerando assim o processo de degradação natural.

Apesar da aparência saudável de algumas árvores urbanas infestadas por cupins subterrâneos, a fragilidade delas é evidente e de tombamento iminente, devido ao preferencial consumo do cerne em determinadas espécies botânicas. Muitas vezes os caminhamentos típicos da infestação termítica podem ser visualizados externamente em troncos e galhos, sob cascas ou por entre rachaduras presentes nas árvores. Os cupins penetram pelas raízes, infestando tanto árvores jovens quanto adultas, levando a queda de ramos, morte e tombamento da árvore infestada. Visualizações externas de troncos e estipes, com presença de caminhamentos (túneis) ou danos diretos, visam à determinação da infestação termítica. Mesmo sendo feitas as observações externas, há a necessidade de prospecção do caule com brocas apropriadas para um diagnóstico.


A falta de critérios no diagnóstico, quando na suspeita de infestação de árvores, leva a dificuldades na tomada de decisões tanto para o controle, quanto para a supressão (remoção) ou não de árvores. Considerar apenas os danos externos pode remeter a inverdades, pois eles, muitas vezes, não se mostram visíveis. No caso de C. gestroi, por exemplo, os danos podem ter início no cerne das árvores. Assim, árvores visual e aparentemente saudáveis ou insuspeitas de infestação estariam seriamente comprometidas.

O Instituto Biológico (IB) desenvolveu uma metodologia prática e de baixíssimo custo de prospecção interna de árvores urbanas, para a determinação da porcentagem estimada de danos internos causados por infestações termíticas subterrâneas.

Pesquisa realizada pelo IB em área na cidade de São Paulo, durante 8 anos, em mais de 1.600 árvores viárias de 52 espécies diferentes, identificou espécies nativas e exóticas de maior e menor susceptibilidade a infestação pelos cupins subterrâneos Coptotermes, Heterotermes Nasutitermes. Dentre as principais espécies nativas, as de maior susceptibilidade na área estudada foram Sibipiruna, Quaresmeira e Cambará e, dentre as espécies exóticas, as de maior susceptibilidade foram Jacarandá-mimoso, Flamboyant, Tipuana e Alfeneiro. Estudos sobre a importância dos cupins C. gestroi Nasutitermes spp. em palmeiras ornamentais, levando a prejuízos significativos e limitantes às plantas infestadas, também foram relatados por esta Instituição.

Se você se interessa por esse assunto sinaliza no e-mail que podemos pesquisar mais, acionar biólogos, engenheiros e outros especialistas e falar mais sobre isso.



Referências consultadas

Amaral, R. D. de. Diagnóstico da ocorrência de cupins xilófagos em árvores urbanas no bairro de Higienópolis, na cidade de São Paulo. ESALQ, Univ. de São Paulo. Dissertação de Mestrado, 71p., 2002.

Brazolin, S. Biodeterioração, anatomia do lenho e análise de risco de queda de árvores tipuana (Tipuana tipu), nos passeios públicos na cidade de São Paulo, SP. ESALQ. Univ. de São Paulo. Tese de Doutorado, 265p. 2009

Costa-Leonardo, A. M. Cupins-pragamorfologia, biologia e controle. UNESP Rio Claro, 128 p. 2002.

Potenza, M.R.; Zorzenon, F.J. Cupins: pragas em árvores e gramados urbanos In: Alexandre, M.A.V; Duarte, L.M.L.; Campos-Farinha, A.E. de C. Plantas ornamentais: doenças e pragas. Cap. 11, p. 249-275, 2008.

Zorzenon, F.J.; Justi Junior, J. Manual Ilustrado de Pragas Urbanas e Outros Animais Sinatrópicos. Instituto Biológico: São Paulo, 151p., 2006.

Zorzenon, F.J.; Potenza, M.R. (Coords.). Cupins: Pragas em Áreas Urbanas. Boletim Técnico n.18, São Paulo, 66p., 2006.

Zorzenon, F.J. Principais pragas das palmeiras. In: Alexandre, M.A.V; Duarte, L.M.L.; Campos-Farinha, A.E. de C. Plantas ornamentais: doenças e pragas, Cap. 10, p. 207-247, 2008.

Zorzenon, F.J. Levantamento, dimensionamento de danos e manejo de cupins subterrâneos e formigas carpinteiras em arborização urbana. Instituto Biológico, Dissertação de Mestrado, 131p., 2009.Soldado de Coptotermes gestroi, cupim subterrâneoCupim subterrâneo em árvore urbanaCupim em árvoreNinho de cupim em árvore

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