Mais coisas que aprendi sobre Eucalipto.
Por: Katia Sadagurschi São Paulo 14 de fevereiro de 2022.
Pesquisando mais pra trazer assuntos sobre madeira descobri um nome notável EDMUNDO Navarro de Andrade. Foi em uma dissertação em História Social da USP escrita Por Augusto Jeronimo Martini e orientada pela Profa. Dra. Heloísa Liberalli Belloto em 2004.
Não sei se a citação dos créditos está perfeita mas o trabalho ali descrito é muito legal.
Esse cientista foi contratado pela Companhia Paulista de Estradas de ferro do estado de São Paulo em 1904 pra encontrar a espécie florestal que melhor prestaria o fornecimento de carvão para locomotivas e dormentes para a linha férrea.
Navarro começou seu trabalho em Jundiaí, onde organizou o primeiro dos 18 hortos que fundaria a companhia. Suas pesquisas comparando várias espécies nativas e exóticas , mostram como o Eucalipto foi dentre todas a melhor opção.
A prova de materialidade do seu legado científico e de bons serviços prestados segue para que todos aprendam.Floresta Estadual Edmundo Navarro, em Rio Claro, abriga o espaço com rico acervo científico, histórico e cultural
Que tal conhecer o único museu brasileiro na América Latina dedicado ao eucalipto? E ainda aproveitar para visitar uma unidade de conservação?
O Museu do Eucalipto está celebrou 105 anos de história sexta-feira, 26 de março do ano passado. E fica dentro da Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade (FEENA), no município de Rio Claro, interior paulista. Foi inaugurado em 1916 por iniciativa do agrônomo Edmundo Navarro de Andrade, que pretendia mostrar a sua pesquisa e provar aos críticos da época, que a madeira de eucalipto seria a melhor solução para a ampliação das linhas férreas, uma demanda do fim do século XIX, quando havia escassez de matéria-prima para manutenção e construção de ferrovias.
O tempo foi passando, as pesquisas se avolumando e conquistando adeptos. A riqueza do espaço impressiona com a diversidade de espécies e os incontáveis usos dessa planta. E, de acordo com Rodrigo Campanha, gestor em exercício da FEENA, nem mesmo na Austrália, onde a maior parte das espécies de eucalipto foram catalogadas, há tamanha preciosidade.
Edmundo Navarro sempre acreditou no poder do eucalipto. Em 1925, por exemplo, viajou aos Estados Unidos, de navio, com quatro toras de eucalipto retiradas de Rio Claro, para usar como matéria prima na confecção de papel. Deu certo! E foi impresso o primeiro jornal norte-americano a partir das fibras de celulose.
Pela sua importância, o Museu do Eucalipto recebe escolas e visitantes de várias regiões e países, onde é possível conhecer o resultado das experiências de Edmundo Navarro e de sua equipe. Além da pesquisa, no Museu, o assoalho, forro e os lustres são todos de eucalipto. Há móveis, animais taxidermizados (empalhados) que ainda podem ser avistados em florestas de eucalipto, essências das diversas espécies, inúmeros artefatos entalhados na madeira com a técnica da marchetaria, insetários, sementes das espécies, aquarelas originais de Octávio Vecchi, densiômetros (avalia a densidade da madeira), xiloteca (acervo de livros em madeira, em formato de biblioteca), escritório de Navarro e muitas outras curiosidades.
Patrimônio
O acervo mantém e expõe os resultados das várias pesquisas realizadas para a aclimatação de diversas espécies de eucalipto no Brasil.
Das 144 espécies trazidas da Austrália, 64 se adaptaram bem ao clima brasileiro. As informações se tornaram referência na comunidade científica e subsidiaram empresas que vieram a se dedicar ao plantio de florestas plantadas, principalmente, as voltadas à indústria do papel.
Ainda vou falar mais disso.
Ótima semana a todos.