Papo de Árvore – Município de Lagoinha

16 Jan

Papo de Árvore – Município de Lagoinha

Em poucas semanas esse espaço de blog da Ecologs vai parecer uma eliminatória do “Miss São Paulo”.

Estamos falando das cidades que fazem limite com Cunha no Vale do Paraíba. Nossa intenção além de aguçar a curiosidade de quem é de longe para vir nos conhecer é nos tornar mais próximos dos profissionais que constroem tudo isso. E se algum deles precisar de madeira nos deixar a disposição.

A cidade de hoje é Lagoinha. Boa leitura!

História

Em função da localização, do clima e à qualidade da terra, o Vale do Paraíba foi, no século XIX, uma das principais áreas brasileiras produtoras de café, principal produto econômico do país à época. Durante o ciclo do café, estradas eram abertas onde antes existiam apenas trilhas e por elas transitavam os tropeiros que levavam o café das regiões produtoras para os portos de Ubatuba, Caraguatatuba e Paraty.

O percurso médio que as mulas dos tropeiros percorriam em um dia era em torno de 25 km, então havia a necessidade de paradas para o descanso dos tropeiros, assim surgindo pontos de descanso para os tropeiros. Um destes pontos de pouso era um rancho que estava localizado nas terras do município. Este rancho estava localizado nas margens de uma pequena lagoa, daí o nome da cidade.

Em 20 de julho de 1863, Joaquim Antônio Ribeiro e sua esposa Justina Maria da Conceição, Antônio Alves da Silva e sua esposa Ana Clara de Jesus, Francisco Antônio Ribeiro, Delfina Isabel de Oliveira e Balbina Maria da Conceição, vindos de Ubatuba, descendentes de ibéricos e indígenas e apelidados de “Antocas”, doaram um terreno próximo ao pouso de tropa, no qual foi erigido uma capela cujo orago era Nossa Senhora da Conceição. Ao redor da mesma, foram surgindo algumas casas, assim originando o povoado de Lagoinha.

Para a oficialização da capela e a visita periódica da mesma por padres e missionários, conforme as exigências do Código de Direito Canônico, os Antocas, bastante católicos, doam quase todas as terras ao redor da capela para a Cúria diocesana  de Taubaté, exceto alguns lotes, que ficaram para si e seus compadres.

A Lei n° 22, de 26 de março de 1866, eleva o povoado à categoria de freguesia, com o topônimo de Nossa Senhora da Conceição de Lagoinha, sendo subordinada ao município de São Luiz do Paraitinga.

Surge o período de maior crescimento urbano da região na época do café.

A Lei n° 128, de 25 de abril de 1880, elevou a freguesia à categoria de vila, mantendo o topônimo, se desmembrando de São Luiz do Paraitinga.

Em 19 de fevereiro de 1900, através da Lei n° 38, a Vila de Nossa Senhora da Conceição de Lagoinha recebe o título de cidade, tendo seu topônimo simplificado para Lagoinha.

Com o fim do ciclo do café, em meados do século XX, a economia do município passou a ser baseada na agricultura e pecuária, preservando várias características deste tempo, como a festa do Divino Espírito Santo.

O Decreto-Lei n° 34334, de 23 de dezembro de 1953, eleva o distrito de Lagoinha à categoria de município, se desmembrando de São Luiz do Paraitinga. O primeiro prefeito do município, eleito pelo povo em 3 de outubro de 1954, foi Pedro Alves Ferreira.

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