Parte Dois – Café

24 Nov

Parte Dois – Café

Casa Colonial.

O nosso convite está sempre ativo para quem estiver por perto e quiser nos conhecer e tomar aquele cafezinho fresquinho com o pessoal da Ecologs.

Se derem sorte no dia, Terezinha faz um biscoitinho que é um sonho! (pronto falei)

Mas vamos a história propriamente dita, essa parte é um pouco mais densa.

Boa leitura!

A expansão do café no interior da Província do Rio de Janeiro teve como ponto de partida a Fazenda do Medanha, em Campo Grande, de onde saíram mudas pioneiras para o Vale do Paraíba e para a Baixada Fluminense. Duas frentes de expansão se formaram a partir dai: a primeira tomou o rumo de Rezende e beneficiou todo do Vale do Paraíba, ramificando-se por São João Marcos, Vassouras, Valença, Barra Mansa e Paraíba do Sul. Vassouras teve o maior destaque, sendo a maior produtora de café do mundo nos anos de 1850. Fizeram um Bom trabalho!

A segunda frente de expansão passa por São Gonçalo, alcança Magé, Itaboraí, Maricá, Macaé, subindo a serra da Boa Vista para formar os cafezais de Cantagalo, sendo esta a região de maior destaque na produção. No ano de 1850, a região de Cantagalo, abarcando o território que corresponde hoje a vários municípios, inclusive o município de Bom Jardim, já tinha 111 fazendas de café, das quais seis possuíam terreiros de pedra, estufas de secagem e engenhos de pilões. Já em 1860 subiu para 733 o número de fazendas na localidade, sendo 181 com as estruturas anteriormente citadas. Devido ao peso dessa contribuição, o centro da produção fluminense gradativamente deixou de ser a bacia do Paraíba, passando a ser a região Cantagalo. A produção local era escoada até Porto das Caixas por tropas de mula, onde o carregamento era transferido para as faluas, que eram pequenas embarcações a vela ou remo usadas para transporte de carga e que trafegavam no Rio Macacu até a Prainha (atual Praça Mauá), na cidade do Rio de Janeiro, onde o café era comercializado e encaminhado ao exterior.

O TREM E SEU IMPACTO

Depois da inauguração do trecho da ferrovia, que ia de Porto das Caixas até Cachoeiras de Macacu no fim dos anos de 1860, o transporte por tropa de mula passou a ser feito somente até Cachoeiras. Posteriormente, quando os trens da Cia. Estrada de Ferro Cantagalo começavam a subir a serra, nos anos de 1870, as grandes viagens de tropas de mula gradativamente caíram em desuso e as tropas passaram a ser usadas somente para levar o café até as estações.

A província do Rio de Janeiro inicialmente disparou na frente da produção de café com 77,12% de produção nacional em 1852, contra 13,82% de São Paulo e 7,65% de Minas Gerais, crescendo exponencialmente nos anos seguintes. Porém, mais tarde, o mau uso do solo causaria problemas para a produção em algumas partes do estado. No ano de 1870 já era visível o declínio da produtividade nas primeiras zonas ocupadas pelo café e em 1883 a produção de São Paulo igualou-se à do Rio, superando-a nos anos seguintes.

O CULTIVO DO CAFÉ

 O cultivo do café era realizado sem empregos de tecnologias, ou seja, sem recursos como adubação e pulverização de defensivos e tinha uma vida útil curta, pois a terra tornava-se exaurida e improdutiva com cerca de 20 a 30 anos de uso. O modelo extrativista da época era limitado ao rodízio de solo, com a derrubada de matas para plantio da lavoura e seu uso dava-se até fadigar o solo. A partir disso abandonava-se a área e derrubava outra parte da floresta com solo ainda descansado para o cultivo, técnica conhecida como pousio.

Em resumo o que foi o Ciclo do Café no Brasil?

O Ciclo do Café no Brasil foi o período, entre o início do século XIX e o início do século XX, no qual o café foi o produto mais importante da economia brasileira, exportado para diversas nações do mundo. Sua produção desenvolveu estruturas de transporte, modificou estruturas de trabalho e viveu a transição do Segundo Reinado para a República.

O café foi produzido no estado de São Paulo de forma simultânea em duas áreas distintas, cada qual com características próprias:

  • Vale do Paraíba: área cujo auge ocorreu entre 1830 e 1870. Os fazendeiros do Vale do Paraíba, chamados de Elite Tradicional ou Barões do Café pela historiografia especializada, eram antigos membros da elite açucareira e mineradora, utilizavam a mão de obra negra escravizada e modelos de transporte animal, sobretudo de tropas de burros.

Nos deixaram detalhes ímpares da arquitetura e construção que moldaram a região e ainda estão presentes em estilo. (esse é outro assunto que vamos falar bastante)

  • Oeste Paulista: área cujo auge ocorreu entre 1840 e 1930. Dada sua maior distância em relação aos principais portos exportadores (Santos e Rio de Janeiro), inovações eram necessárias. O solo fértil do Oeste era mais abundante e vasto, a chamada terra roxa, mas não havia formas simples de transportar a produção para as regiões exportadoras. Assim, essa necessidade gerou soluções inovadoras e industriais: a criação de ferrovias que cortavam todo o estado, transportando a carga para os portos.
  • Consequência do ciclo do café

O Ciclo do Café levou à formação de núcleos urbanos, ao desenvolvimento da malha ferroviária no estado de São Paulo e à modernização na economia brasileira, esta última causada pelo grande volume de recursos resultantes dos lucros da atividade, que foram reinvestidos em negócios como bancos, indústrias e melhorias urbanas.

No frigir dos ovos o final desse ciclo nem foi tão feliz assim, mas aí já é outra história.

Bom final de semana a todos.

E aproveitem a #blackfiday Ecologs quando for tomar seu café com a gente!

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